terça-feira, 13 de março de 2007

Resposta a Anónimo

Caros Amigos,
Recebemos mais um conjunto de perguntas de um anónimo, através de um comentário a um post do nosso blog. Aqui está a nossa resposta:
Gostaria de saber quais são os elementos que integram a sua Direcção. Gostaria também de saber como pretendem ter capacidade política para construir um novo estádio de futebol, depois de o IPPAR ter chumbado o projecto existente. A conseguirem-no, gostaria de saber em que prazo consideram ser possível fazê-lo e ainda com que engenharia financeira. Gostaria também de saber a opinião do candidato sobre o futuro da SAD: Manter o capital social na posse do clube, ou permitir que um grupo externo assuma o controlo de mais de 50 por cento das acções, logo, também, do controlo do futebol. Gostaria de saber, ainda, se forem de opinião que a SAD deve ser aberta e, inclusive, perder a maioria do clube, se existem já contactos com grupos - e em que estado, e de preferência que grupos - para assumirem a gestão do futebol. Estas questões são importantes para mim, sendo as que determinarão para que lista irá o meu voto.

Antes de mais, agradecemos as suas questões. Gostamos de ver que o Belenenses tem pessoas que focam e compreendem os pontos essenciais para construir um Belém com Futuro.
A nossa equipa já se encontra constituída, mas decidimos que só a iremos divulgar na conferência de imprensa, cuja data, hora e local anunciaremos oportunamente. Esta decisão tem apenas por base o facto de querermos que o anúncio da nossa equipa chegue ao maior número possível de sócios e a forma mais eficaz é, de facto, a conferência de imprensa. Ao mesmo tempo, divulgaremos a informação através do nosso blog e lançaremos o nosso site (que terá toda a informação relativa à nossa campanha). Iremos continuar a manter um contacto privilegiado com a blogosfera.
Gostaríamos muito de o conhecer pessoalmente, pelo que o convidamos desde já a estar presente na nossa conferência de imprensa de apresentação da equipa. No entanto, posso adiantar-lhe que se trata de uma equipa mista, que aposta no trabalho e na competência. E, acima de tudo, uma equipa com grande know-kow. A nossa equipa é composta por pessoas que conhecem profundamente a realidade e os problemas do Clube, além de serem pessoas com grande experiência e com provas dadas. Temos também um misto de jovens com sangue novo e menos jovens com muita experiência acumulada. Mas todos, sem excepção, têm muita vontade de vencer. Somos como uma equipa de futebol, que precisa de jogadores jovens e outros já com grande experiência e maturidade para alcançar o sucesso.
Numa resposta que demos ao caro consócio Pedro Miguel referimos o seguinte:
A classe política tem de compreender que o Belém é mais do que um mero Clube de futebol, é uma Instituição de Utilidade Pública que prestou, presta e só assim poderá continuar a prestar um grande serviço de qualidade à Comunidade. O projecto imobiliário contribui para a evolução do país, cria postos de trabalho, contribui para o PIB, entre muitos outros aspectos positivos. São estes factores que temos de debater com a classe política e contra os lobbies existentes. E, claro, todos sabemos que para isso é necessário ter os contactos certos e, como já referi anteriormente, a nossa candidatura tem esses contactos.
Numa circunstância extrema, imagine que a viabilidade futura do nosso Clube só seria conseguida com o projecto imobiliário; se o projecto não fosse aprovado, "fechava as portas". E imagine que a classe política não o autorizava. Estou convicto de que teríamos toda a opinião pública do nosso lado e, depois de muitas pressões (passando por manifestações em massa), acabariam por nos dar razão. Neste sentido, nunca nos podemos também esquecer que cada Belenenses representa um voto.
Estamos certos de que vamos conseguir colocar o projecto imobiliário em curso.

O facto do IPPAR ter chumbado um projecto não significa que não se possa construir nos nossos terrenos (aliás, actualmente, já está aprovado pela Câmara Municipal de Lisboa um projecto imobiliário que visa a construção de alguns edifícios de habitação). Isto mesmo foi também referido na resposta ao consócio Pedro Miguel:
Este projecto só não arrancou porque alguns moradores da zona norte do Estádio colocaram uma providência cautelar, alegando que deixariam de ver o rio Tejo com a construção dos referidos edifícios. Face a esta providência cautelar, pouco ou nada foi efectuado pelo nosso Clube para conseguir contornar a situação e avançar com o projecto.

Em projectos desta envergadura estas situações são normais e acontecem frequentemente (aliás, por vezes algumas pessoas até se aproveitam das circunstâncias para tentar tirar algum benefício). Não quer dizer que seja o caso dos nossos vizinhos, pois se nos colocarmos na posição deles certamente também não gostaríamos de deixar de ter uma magnífica vista para zona de Belém e do rio Tejo. Porém, a resolução destas situações tem um custo que pode passar por uma alteração do projecto ou mesmo por uma indemnização. Por exemplo, não se vai deixar de construir uma auto-estrada porque passa por uma propriedade privada; ou se altera o projecto ou indemniza-se o proprietário.

Estas situações têm, portanto, solução. Face à situação actual não é difícil conseguir a aprovação da construção de um novo estádio e de um pavilhão polivalente. Aliás, tal já existe actualmente no nosso recinto.

A maior dificuldade é conseguir que o novo projecto contemple uma zona comercial/serviços e de lazer. Contudo, consideramos que só assim o projecto proporcionará rendimentos ao longo do tempo e não apenas pontualmente. No que diz respeito à construção de um Hotel (que pretendemos que esteja contemplado no projecto) pensamos que a sua aprovação não será difícil. Isto deve-se ao facto de ser um tipo de edifício cuja estrutura se enquadra dentro dos habitacionais.

O projecto imobiliário, neste moldes, é fundamental para a sustentabilidade e crescimento do nosso Clube.
Relativamente ao prazo, todos nós temos consciência de que estes processos são morosos. A maior dificuldade e também a que leva mais tempo prende-se exactamente com a aprovação do projecto (e isto porque serão solicitados diversos documentos e, até à aprovação final, serão alvo de muitas alterações após fortes negociações). Porém, pensamos que a médio prazo teremos um novo projecto aprovado e que no início da próxima década teremos o novo complexo desportivo do Restelo.

Financeiramente, este projecto será autónomo e independente, ou seja, todo o capital (ou pelo menos a maioria) para efectuar este investimento terá de ser proveniente das mais-valias criadas com a reestruturação do nosso complexo. O Belenenses encaixará à cabeça uma verba proveniente da libertação de determinados terrenos (por exemplo, libertação de parte ou da totalidade dos terrenos onde está construído hoje o nosso estádio). Com este encaixe poderemos arrancar com a construção do novo estádio, com a reestruturação das piscinas, criação do health club (com SPA e courts de ténis) e pavilhão polivalente. Paralelamente, iniciaremos a construção do nosso centro de estágios e formação (à excepção do centro de formação das Salésias para os mais jovens, cuja obras deverão começar o mais cedo possível).
As receitas futuras que também irão contribuir para a sustentabilidade do projecto estarão garantidas através de uma percentagem das rendas provenientes do aluguer dos espaços destinados aos serviços (onde se inclui as verbas dos parques de estacionamento) e, por exemplo, de uma percentagem das vendas do hipermercado. Isto não significa que temporalmente não se possa construir o novo estádio e manter simultaneamente o actual até à sua conclusão. Estes são factores que dependem do projecto que vier a ser aprovado. Se não for possível mantermos o estádio antigo enquanto o novo é construído, jogaremos em "casa emprestada" durante a construção do novo estádio.
Quanto à SAD, temos trabalhado muito sobre várias questões, até porque este é um modelo que faz parte do futebol actual e é incontornável.
As SAD's foram criadas com o objectivo de injectar capital nos Clubes, através da entrada de novos sócios (ou seja, de accionistas). Face à situação financeira em que se encontram os Clubes, pensamos que estes também já não estão em posição de terem a maioria do capital das SAD's. Veja-se o caso do Sporting, em que o seu Presidente defende que os Clubes devem ter 40% ou menos do capital das SAD's.
Defendemos que a SAD do Belenenses deverá fazer um aumento de capital para injectar dinheiro no Clube, nomeadamente através de novos sócios. Contudo, esta é uma decisão que não está apenas nas nossas mãos e que dependerá dos accionistas.
Como refere e muito bem, caso exista um aumento de capital na SAD, o Clube não tem actualmente meios financeiros de subscrever a sua parte (disponibilidades de curto prazo). Lembramos que o Clube está à beira da falência técnica, sem recursos monetários. Hoje, os fundos que entram no Belenenses são, em primeira instância, para pagar a funcionários (incluindo jogadores e atletas), depois ao Estado e posteriormente a alguns fornecedores. Como o Belenenses não tem hoje capacidade de liquidar todos os seus compromissos (principalmente a fornecedores) o seu passivo tem vindo a aumentar e, no final do exercício de 2006, deverá ser na ordem dos dez milhões de euros. Relembramos que estamos só a referir o passivo do Clube e não o da SAD.
Assim, o Clube ficará com uma percentagem de capital inferior a 50% e, desta forma, seriam os outros accionistas que assumiriam a gestão do futebol. Como não concordamos com esta situação, a forma de garantirmos que o Clube terá o controlo da SAD e, consequentemente, do Futebol será, à semelhança do que o Sporting está a fazer, criar dois tipos de acções: "A" e "B". Neste caso, as acções do tipo "A" ficariam só na posse do Clube e seriam do "Tipo Preferenciais" (muito semelhante à Golden Share que o Estado detém na PT).
Assim, garantimos que o Clube manteria o controlo da SAD e continuaria a ter, por exemplo, o poder de nomear os Órgãos Sociais. Esta situação obrigará a uma mudança dos Estatutos da SAD.

Em relação aos novos accionistas pretendemos que pelo menos um deles seja o consórcio Somague/Amorim Imobiliária. Aproveitamos para referir que recentemente o grupo Amorim Imobiliária, pertencente ao Sr. Américo Amorim, foi comprado por um grupo de capital espanhol denominado Chamartín e que, possivelmente, a Amorim Imobiliária deverá alterar a sua denominação social para Chamartín. Contudo, os seus objectivos neste projecto em concreto não serão alterados.
Por parte dos nossos parceiros (Somague/Amorim Imobiliária) existe grande vontade em arrancar com o projecto imobiliário. Adicionalmente, informamos que o Grupo Amorim Imobiliária tem grande experiência nestas parcerias, pois foi parceira do F. C. Porto no negócio ligado aos terrenos do antigo Estádio das Antas e é accionista com 17% da Porto SAD. Foi ainda parceira na construção do Euro-Estádio em Coimbra, onde construiu um centro comercial da marca Dolce Vita anexo ao estádio (e é também o principal patrocinador da equipa de futebol sénior da Académica de Coimbra).

Esperamos ter ido ao encontro das suas expectativas e fazemos votos para que nos encontremos na nossa conferência de imprensa.
Um abraço!

Sem comentários: